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Título: Turismo e Pandemia


Lisboa, Portugal

Fonte: Wikipedia


Atualmente o mundo enfrenta uma das suas maiores crises, devido a pandemia da COVID-19, o que era considerado “normal” passou a dar lugar a processos de prevenção e medidas para conter a disseminação do vírus. Inevitavelmente ocorre um desaceleramento no crescimento econômico em todos os países, sendo o turismo um dos setores mais afetados, visto que a medida mais eficaz contra o novo coronavírus é o distanciamento e o isolamento social.

A OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, estima que a queda no setor do turismo em Portugal possa chegar a 70% este ano. Segundo os dados da CTP, Confederação do Turismo em Portugal, no ano de 2020 o turismo teve um decréscimo de quase 57% em relação ao ano de 2019.

Portugal encontra-se em Lockdown desde de janeiro deste ano, e foi anunciado no dia 11 de março pelo governo português o desconfinamento “a conta gotas”. As medidas restritivas implementadas geraram resultados significativos, entretanto, é necessário cautela, por isso o plano de desconfinamento tem previsão de abertura gradual, para evitar o surgimento de um novo pico da pandemia.

O plano foi explicado através de uma figura geométrica, pelo primeiro-ministro António Costa, esta figura relaciona a média de novos casos a cada 14 dias e índice de transmissão que é representado pelo Rt. A DGS, Direção Geral de Saúde, afirma que a média de novos casos a cada 14 dias precisa ser mantida menor que 120 por 100 mil habitantes e o Rt menor que 1, sendo assim evitando a progressão do vírus e garantindo de maneira responsável o plano de desconfinamento.

Hoje o país tem 105 casos por 100.000 habitantes, colocando Portugal na zona verde, o que possibilita a flexibilização das medidas de restrição. O plano tem ampliação de abertura de novos setores a cada 15 dias, caso se mantenha na zona verde, paralisa se chegar à zona amarela e volta a um novo lockdown se chegar à zona vermelha.



Figura que ditará a evolução do desconfinamento. Fonte Jornal Publico PT.


Se Portugal se mantiver a pandemia controlada, ou seja, na zona verde, a previsão de reabertura aos turistas de países pertencentes à União Europeia voltará em maio de 2021, afirmou a secretária de Turismo do Estado, Rita Marques, em sua declaração a coletiva de imprensa, e acrescentou que acredita que em breve Portugal poderá permitir viagens sem restrições e de maneira segura para pessoas vacinadas ou com testes negativos. A Comissão Europeia apresentou uma proposta que se chama “passe verde” emitida por países da UE, para pessoas que já foram vacinadas ou tenham exame comprovativo de imunidade, com o objetivo de garantir de forma prudente que o turismo volte a ocorrer.

É inegável que a pandemia desencadeou uma nova dinâmica no mundo, e o turismo não ficou fora disso. Contudo, há uma nova demanda que surge com a pandemia, como a procura de lugares menos “explorados”, onde a concentração de pessoas é menor e principalmente voltada aos próprios habitantes do país. A OMT, Organização mundial do Turismo, organiza a Feira Internacional de Turismo que ocorre anualmente e terá como tema em 2021 “Repensar, Regenerar, Reiniciar - Turismo para um Normal Melhor”, com o objetivo de repensar a demanda turística que concilie com pautas ambientais e formas de turismo que gerem impactos positivos. Portugal já adotou medidas que agregam essas pautas, para mitigar o impacto negativo do turismo. Já no final de deste ano os navios de cruzeiros só poderão atracar em Lisboa movidos a energia elétrica, está proibido as construções de novos hotéis nos centros históricos, por entender que o turismo massivo dessas regiões acaba por acelerar um processo de gentrificação afastando os residentes e descaracterizando a cidade.

Para incentivar essa nova forma de turismo e encontrar uma maneira desse setor se manter durante a pandemia o governo Português lançou uma campanha no final de 2020, chamada #tupodes com a divulgação de um mapa de regiões mais ao interior do país e menos visitados, para estimular os residentes a desfrutar de destinos onde é possível fugir das aglomerações e aproveitar passeios em lugares aberto e obedecendo a regras da DGS.


Mapa de novas rotas. Fonte: O Globo


É importante refletir se voltaremos a nos relacionar com os espaços turísticos da mesma forma em um mundo pós-pandêmico, assim como ponderar, de que maneira manteremos os impactos positivos que tange ao meio ambiente em áreas que antes eram majoritariamente frequentadas por turistas. O arquiteto português Gonçalo Byrne, presidente da Ordem dos Arquitetos, declarou que a pandemia veio acelerar as mudanças já em curso em Portugal, e que esta cria uma urgência nas necessidades de transformações das cidades. As previsões para o futuro são incertas, todavia, é possível analisar as necessidades que surgem nesse contexto de cidades esvaziadas. O que nos move a repensar espaços e relações, assim como novas percepções do turismo nas cidades, dando espaço a novas demandas e experimentações de um turismo mais consciente e sustentável.


Referências


AHP- ASSOCIAÇÃO DE HOTELARIA DE PORTUGAL.Turismo estima quebra de €10 mil milhões no saldo de exportações do país devido à pandemia. Disponível em: https://www.hoteis-portugal.pt/news/2194/23. Acesso em: 11 mar. 2021.


DW MADE FOR MINDS. Como tornar o turismo mais sustentável após a pandemia?

Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/como-tornar-o-turismo-mais-sustent%C3%A1vel-ap%C3%B3s-a-pandemia/a-56819946. Acesso em: 10 mar. 2021


JORNAL DNOTICIAS DE PORTUGAL. Gonçalo Byrne considera que a pandemia veio acelerar mudanças em curso no país. Disponível em: https://www.dnoticias.pt/2020/6/30/55891-goncalo-byrne-considera-que-a-pandemia-veio-acelerar-mudancas-em-curso-no-pais. Acesso em: 12 mar. 2021


AUTORA DO TEXTO: REBECA TAVARES


MINI BIO

Rebeca Tavares, nascida em Governador Valadares- MG, criada em Vitória-ES e atualmente vive em Portugal. Estudante de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Integrante do Grupo de Estudos Andança no período de 2020 - até o momento. Membro do grupo de pesquisa do Núcleo de Participação e Democracia (NUPAD) do departamento de Ciências Sociais (UFES) no período de 2017-2019, Bolsista voluntária em Iniciação Científica CNPq|PIVIC no período de 2017-2018.



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