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BENTO RODRIGUES/MG: PATRIMÔNIO DA DOR


Figura: Sequência de fotos Ensaio "Mariana" e "Lágrimas do Rio Doce". Fonte: KINCH, S. (2017).


O crime ambiental de Mariana chocou o mundo. Ainda hoje é um evento que não teve um desfecho. Famílias de atingidos ainda estão sem suas casas. Muitos adoeceram. Muitos perderam tudo. Adotando o conceito de patrimônio da dor para o sítio, proposto por Leonardo Castriota (UFMG/ICOMOS), Paula Pinto Huhn Azevedo demonstra, subsidiada pelo Dossiê de Tombamento de Bento Rodrigues, que o típico vilarejo mineiro pode ser classificado como patrimônio difícil, uma nova categoria que vem chamando atenção na comunidade internacional. Nesta classificação encontra-se o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, que em 2017 se tornou o 21o sítio brasileiro inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.


Em 2020, Paula Pinto Huhn de Azevendo concluiu sua monografia de fim de curso. Paula Azevedo é integrante do Grupo Andança, e hoje é arquiteta pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo. A orientação da monografia foi realizada pela Profa. Dra. Luciene Pessotti. O tema da monografia foi o crime ambiental de Brumadinho, Minas Gerais.


Juntas, aluna e professora, submeteram um artigo científico ao XII Seminário Internacional de Investigação em Urbanismo (XII SIIU), que ocorreu na forma de webnars, através da cidade de São Paulo nos dias 14, 15 e 16 de dezembro de 2020.

Visando dar ampla divulgação ao tema disponibilizamos aqui, em nosso blog, o artigo cientifico aprovado pelo Comitê Científico do XII SIIU.


RESUMO DO ARTIGO


O artigo aborda a tragédia ambiental e humana ocorreu em 05 de novembro de 2015. Neste dia a barragem de Fundão, localizada em Bento Rodrigues, subdistrito de Mariana, se rompeu. Nesta haviam 50 milhões de m³ de rejeitos de mineração, sendo que destes 34 milhões de m³ atingiram uma segunda barragem, a de Santarém, sendo posteriormente lançados na bacia hidrográfica do Rio Doce artigo problematiza as implicações das rupturas socioespaciais impostas aos moradores de Bento Rodrigues, Mariana (MG), em consequência do rompimento da Barragem de Rejeitos de Fundão (nov/2015), da empresa Samarco Mineradora. Através de uma abordagem histórico-crítica demonstra-se que o processo de formação da sociedade brasileira perpetua a condição de subserviência da economia nacional à economia externa. Problematiza-se se o crime ambiental atesta complexos indícios conjunturais que evidenciam a implantação de um ciclo necrocapitalista e neoliberofacista, onde as classes menos favorecidas têm seus direitos negados. Analisa-se a importância da memória, história e identidade e os novos parâmetros da gestão do patrimônio cultural e das políticas públicas no processo de proteção legal de Bento Rodrigues enquanto Sítio de Memória Sensível. Analisa-se, ainda, a narrativa dos atingidos pelo crime ambiental visando expor a realidade de uma nova vida a eles imposta.


REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Paula Pinto Huhn de; PESSOTTI, Luciene. Bento Rodrigues: Patrimônio da dor. In: Seminário Internacional de Investigação em Urbanismo. Anais... São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2020.

KINCH, S. Fotojornalisticas da tragedia de Mariana MG e Intervenções socioambientais. Monografia.(online). 2018. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/bitstream/10737/1757/1/2017SofiaKich.pdf (consulta: 15/09/2019)


Para ler o artigo basta fazer o download do arquivo em .pdf abaixo.



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