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Aumento do uso de Bicicleta durante a Pandemia de COVID-19


Foto: Revista Bicicleta

O acesso à mobilidade nas cidades evidenciam as questões socioeconômicas e ambientais, a questão da mobilidade de qualidade e acessível a todos nas grandes urbes não é uma problemática recente, entretanto se agrava ainda mais durante a pandemia. A mobilidade urbana assim como todos os aspectos das cidades foram impactadas pela pandemia da COVID-19, as medidas de distanciamento social recomendadas pela a Organização Mundial de Saúde-OMS como forma de controle a disseminação do vírus, faz com que a utilização de transporte público se torne um desafio para a população que necessita utilizar esse meio diariamente como principal forma de locomoção, diante disso fomenta-se a discussão a cerca de modais mais sustentáveis e que atendam às demandas sanitárias.


Nesse caso surge a necessidade de pensar em outras alternativas de mobilidade, dentre eles se destaca a bicicleta, esta se torna uma opção viável para pessoas que não precisam percorrer grandes distâncias, por ser um método de transporte individual, que representa menos exposição a outras pessoas, por conseguinte menos risco de infecção do vírus e diminuindo a quantidade de pessoas dentro dos transportes coletivos e motorizados.

O uso da bicicleta como meio de transporte apresenta diversas vantagens, por ter um baixo custo, sem necessidade de grandes espaços para circulação e armazenamento, além de ser uma forma mais ecológica por não emitir nenhum gás poluente. Também se torna uma alternativa de lazer e uma fonte de benefícios para a saúde na prática de exercício físico, a bicicleta tem seu uso recomendado pela OMS.

O aumento do uso de bicicletas ocorreu de forma espontânea e induzida em vários países durante a pandemia, afirma a União de Ciclistas do Brasil - UCB. Espontânea no sentido de uma opção de transporte e exercício por escolha da população, e de forma induzida através de ações governamentais que possibilitaram a criação de novas infraestruturas urbanas com implantação ou extensão de ciclofaixas e ciclovias, para incentivar o uso de bicicletas, sejam essas faixas temporárias ou permanentes.

Durante os primeiros meses de medidas de distanciamento social, alguns países expandiram as ciclovias temporariamente, para que o estímulo ao modal influenciasse a diminuição do uso de transporte público, além de suprir a demanda causada pela redução desses meios, durante as medidas protetivas ao vírus. Essas instalações inicialmente eram em sua maioria de caráter provisório, entretanto, alguns países optaram por transformá-las em permanentes.

Segundo a Aliança Bike, a Associação de Brasileiras de Bicicletas, houve um aumento de 118% nas vendas de bicicletas no Brasil, comparando apenas os meses de junho e julho no ano de 2020 em relação ao ano de 2019.


Ciclofaixa temporária - Foto: SUMMIT Mobilidade Urbana 2021

Dentre os destaques em incentivos está o governo francês, que anunciou em setembro de 2020 o plano de recuperação econômica que prevê um fundo de $200,00 destinado ao ciclismo. Em Lisboa, mesmo antes da pandemia já havia um aumento considerável do uso de bicicletas, principalmente pela introdução do sistema de aluguéis de bicicletas, denominado “Gira”, recentemente o governo Português anunciou a implementação de 200 quilômetro de ciclovia até o ano de 2023. Na américa latina, Buenos Aires se torna um exemplo em relação a construção de ciclorrotas, a capital Argentina já contava com 245 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas e durante a pandemia, anunciou um projeto que prevê o aumento em mais 56 quilômetros e requalificação das já existentes.


É importante ressaltar que o uso da bicicleta como alternativa para mobilidade urbana não é algo que surge em decorrência a pandemia, antes mesmo desse novo “boom bike” como foi denominado nos países europeus. Existem uma série de agentes nos movimentos sociais de cicloativistas, ativistas ambientais, urbanistas, entre outras pessoas e organizações que compõem a luta pela garantia de políticas públicas e infraestrutura nas cidades que possibilitem a ampliação e a segurança do uso de bicicleta nas cidades.

Entretanto, é inegável que essa urgência é aumentada durante esse período e passa a ser transacionada ao permanente, para um futuro pós-pandêmico, onde a bicicleta tem cada vez mais prioridade como alternativa de transporte, esporte e lazer, criando possibilidades seguras para que isso ocorra.



Referências:


CYCLE DIVERSITY. Coronavírus gera aumento de bicicletas em Portugal Disponível em: https://www.velo-city2021. com/pt/blog/coronavirus-leva-a-aumento

-de-bicicletas-em-portugal/. Acesso em: 15 Jun. 2021

JORNAL USP. Ciclismo ganha destaque durante pandemia com aumento de adeptos e recorde de vendas Disponível em: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/ciclismo-ganha-destaque-durante-pandemia-com-aumento-de-adeptos-e-recorde-de-vendas/. Acesso em: 14 Jun. 2021.


OBSERVATÓRIO DA BICICLETA. Especial: Coronavírus e Ciclomobilidade. Disponível em: https://observatoriodabicicleta.org.br/coronavirus/. Acesso em: 15 Jun. 2021.


PORTAL G1 DE NOTÍCIAS. Paixão pela bicicleta aumenta na pandemia e governo francês destina 200 milhões para ciclismo urbano. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/09/19/paixao-pela-bicicleta-aumenta-na-pandemia-e-governo-frances-destina-200-milhoes-para-ciclismo-urbano.ghtml. Acesso em: 15 Jun. 2021.


PORTAL UCB. Ciclomobilidade e pandemia: novo cenário, renovados desafios. Disponível em: https://uniaodeciclistas.org.br/geral/ciclomobilidade-e-pandemia -novo-cenario-renovados-desafios/ Acesso em: 12 Jun. 2021.


REVISTA BICICLETA. Bicicletas e coronavírus - Por que e como pedalar em tempos de covid-19. Disponível em: https://revistabicicleta.com/mobilidade/bicicleta-e-coronavirus-por-que-e-como-pedalar-em-tempos-de-covid-19/. Acesso em: 15 Jun. 2021.


WRI BRASIL. Do emergencial ao permanente: transformando a infraestrutura cicloviária para além da pandemia. Disponível em: https://wribrasil.org.br/pt/blog/cidades/do-emergencial-ao-permanente-infraestrutura-cicloviaria-para-alem-da-pandemia. Acesso em: 12 Jun. 2021.



SOBRE A AUTORA:

Rebeca Tavares, nascida em Governador Valadares- MG, criada em Vitória-ES e atualmente vive em Portugal. Estudante de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Integrante do Grupo de Estudos Andança no período de 2020 - até o momento. Membro do grupo de pesquisa do Núcleo de Participação e Democracia (NUPAD) do departamento de Ciências Sociais (UFES) no período de 2017-2019, Bolsista voluntária em Iniciação Científica CNPq|PIVIC no período de 2017-2018.

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